
Associação de Artesanato Tranças da Terra

As mãos que criam, criam o que?
Nas ágeis mãos dos artesãos, a palha do trigo se transforma em cerca de 100 diferentes produtos, como delicadas cestas de pães, luminárias, centros de mesa, jogos americanos, mandalas e até acessórios de moda, como bolsas e chapéus. Os objetos são divididos em cinco diferentes coleções: Cores da Terra, Flores da Terra, Curvas da Terra, Coleção Interiores e Coleção Flor de Menina. Algumas peças são trançadas com temas florais vazados e outras com um trançado fechado.
O trigo é colhido apenas uma vez por ano. A palha é toda armazenada em um local apropriado, para evitar a proliferação de fungos. Pode-se armazenar até 500 quilos de palha por ano. O material é selecionado pelas artesãs e separado por espessura. Com a trança fina as artesãs criam flores pequenas. Com palha grossa, elas desenvolvem peças maiores como o chapéu, a bandeja, a mandala e as flores grandes.
Quem cria?
Foto: Renata mendes
Filhas de imigrantes, a maioria das mulheres artesãs aprenderam com os pais a fazer chapéus e bolsas com a palha. Elas semeavam o trigo e colhiam a palha para o trançado. O projeto criado em 2005 conectou as mestras que já dominavam a técnica do trançado com outras mulheres que não conheciam a atividade, mas tinham interesse em aprender.
Atualmente, encontram-se organizados enquanto Associação, cerca de 20 artesãos e 3 produtores de trigo . A metodologia de trabalho se vale de princípios como o respeito às raízes culturais da região, a sustentabilidade social, econômica, ecológica, territorial, cultural e os valores do comércio justo.
Onde Criam?
Foto: Renata Mendes
A região do meio-oeste catarinense foi considerada a “Capital do Trigo” na década de 50. A região foi colonizada por imigrantes italianos e alemães que tradicionalmente trabalhavam com o artesanato feito em palha de trigo produzindo chapéus e ‘sportas’ (palavra italiana que significa sacolas), que eram usadas nas plantações e nas idas à cidade para compras.No final dos anos 60, com a mudança da fronteira agrícola para o Paraná e a mecanização da agricultura, a cultura do trigo na região foi praticamente desativada. A produção do artesanato em palha de trigo resistiu em poucas comunidades de agricultores, que prosseguiram cultivando o cereal nos moldes tradicionais, sem uso de máquinas.
Em 2005, um projeto da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) resgatou a atividade como estratégia de inserção produtiva de comunidades rurais do município de Joaçaba. A iniciativa contou com o envolvimento do SEBRAE que desenvolveu uma metodologia de gestão estratégica para capacitar o grupo com foco em aprimoramento do design e comercialização. Hoje, fazem parte da associação artesãos dos municípios de Joaçaba, Luzerna, Lacerdopolis e Catanduvas.
Onde Comprar?
Rede nacional do artesanato
cultural brasileiro
