Os objetos criados de forma artesanal possuem três características principais: são únicos, possuem valor de uso e carregam valores culturais. Esses objetos são produzidos manualmente e trazem as marcas do artesão que os criou. Ao contrário das peças padronizadas, feitas por máquinas nas indústrias, os objetos artesanais são irregulares. Mesmo que o artesão reproduza um modelo, cada peça sempre será única.
Eles possuem valor de uso porque são criados para atender diferentes necessidades do cotidiano. Podem ser utilizados para decorar ambientes, como as esculturas, ou para ornamentar o corpo, como as biojoias. Podem também ter uma função utilitária nas tarefas do dia a dia. As cuias de Santarém (PA), por exemplo, são utilizadas para comer, cozinhar e até para tomar banho no rio.
Alguns objetos são pedagógicos. Outros têm função lúdica, Ou seja, servem para divertir e brincar, como os brinquedos de miriti, os mamulengos do teatro popular e os instrumentos musicais. Por fim, existem objetos que cumprem um papel religioso: as carrancas e amuletos servem para a proteção, enquanto a arte santeira participa de rituais e de demonstrações de fé.
Um mesmo objeto pode ter várias funções, tudo depende do uso que é dado a ele. Um brinquedo pode ser utilizado, ao mesmo tempo, para a diversão e para educar. Já uma peça de cerâmica pode servir tanto para decorar, como cozinhar.
Além das marcas do artesão e da utilidade, os objetos artesanais carregam valores culturais. Isso significa que possuem características ligadas a crenças e aos modos de vida compartilhados por um povo, que vão além dos gostos e preferências do artesão. Um exemplo é a viola de cocho, produzida por mestres artesãos da região pantaneira do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Ela sempre é esculpida em um tronco de madeira inteiriço e possui um jeito próprio de tocar, que deu origem aos ritmos cururu e siriri.