A trajetória de vanguarda de Renato Imbroisi

Foto: Lucas Cuervo
Renato Imbroisi (Rio de Janeiro, RJ, 1961) está inteiramente mergulhado no universo da revitalização técnica e estética do artesanato. Já fez mais de 
140 projetos no Brasil e também em Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Itália e Chile. Utiliza fibras vegetais, palhas, sementes, algodão, prata e lã, entre outros materiais. Estabelece vínculos de longo prazo com as comunidades com as quais trabalha, e frequentemente as assessora visando melhor inserção no mercado e, assim, maior geração de renda. Renato tem ainda uma criação autoral como designer têxtil, com peças também produzidas artesanalmente.  

Ele nasceu no Rio de Janeiro em 1961, é designer de artesanato e tecelão, e protagonista de uma história profissional bastante ativa, criativa e pontuada de sucesso social, junto às comunidades em que atua. Trabalha em parceria com artesãos têxteis, dirigindo oficinas de criação e desenvolvendo novos produtos. Participou de 140 projetos em todas as regiões do Brasil e também trabalha na África (Moçambique e São Tomé e Príncipe). Realizou workshops e oficinas de criação na Itália e no Japão. Palestrante, professor e curador, coordena equipes de consultores em oficinas de design de artesanato e é diretor de criação e desenvolvimento de produtos artesanais com design.

Nos anos 1990, entre diversas ações e criações significativas, fez sua primeira individual na galeria B. Stuff, em Tóquio, marcando o início da exportação de seu trabalho para o Japão. Lançou uma coleção de casacos criados por nove estilistas brasileiros (entre os quais, Walter Rodrigues e Fauze Haten), confeccionados em tecidos manuais feitos em tear por ele e seus alunos. Participou da coletiva Panorama da Arte Têxtil Brasileira Atual, no museu Rundertärn, em Kopenhage, Dinamarca. Coordenou a exposição PaperNao, de papéis artesanais feitos por Naoaki Sakamoto, e a visita da artista japonesa HisakoSekijima a São Paulo, para um workshop de cestaria.

Em 1996, lançou a linha de bolsas exclusivas, elaboradas com seus tecidos pela B. Stuff, de Tóquio. Desde aquele ano até hoje, presta consultoria em design de artesanato, dirigindo oficinas de criação, para  diversos órgãos e instituições, nacionais e internacionais, trabalhando em vários Estados, de todas as regiões do Brasil, e também fora do país: Sebrae, Senac, Sesc, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Programa de Artesanato Paraíba em suas Mãos, Secretaria de Cultura do Estado do Tocantins, Programa Artesanato Solidário, Instituto Sócio Ambiental, Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade, (Moçambique), Fundação Aga Khan (Moçambique), Programa das Nações Unidas (São Tomé e Príncipe), entre outros.
Foi em 1999, na embaixada do Brasil em Tóquio, a marcante exposição Mãos Mineiras.


Em 2000, desenvolveu coleção de peças de crochê para a grife italiana Dolce&Gabbana. Durante a década realizou dezenas de ações, exposições internacionais e desenvolveu projetos e coleções especiais, frutos do trabalho com artesãos. Como as peças de cestaria em capim dourado, produzidas sob sua orientação pelos artesãos do Jalapão, Tocantins, e o Projeto Favos, de pesquisa e criação junto a artesãs gaúchas que produzem o favo, uma técnica de costura e bordado, para as tradicionais bombachas.
Durante as muitas realizações da década, alguns destaques: lançamento do livro “Que Chita Bacana”, de sua idealização, coordenado em parceria com Renata Mellão e escrito por Maria Emilia Kubrusly, com fotos de Lena Trindade, edição independente do A Casa Museu.

Exposição individual de suas criações têxteis As Marias, realizada em Vignanello e em Milão, Itália.
Direção de criação e desenvolvimento de produtos no projeto no Projeto Ujamaa, da Fundação Aga Khan, e também no projeto Maciene, da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade, criado por Graça Mashel, ambos em Moçambique.
Direção dos projetos Mãos das Águas e Linho dos Lençóis (MA), Cá e Lá, na Costa do Sauipe, e Canções de Bordar, em Santa Rita de Cássia (BA), Pedra Primeira de Pedro II, em Pedro II (PI).
Criação, produção e comercialização de peças em tear manual e outras técnicas têxteis no grupo de artesanato no Muquém, município de Carvalhos, MG.


Em 2011, destaque para a exposição “Desenho de Fibra”, baseada em seu livro da editora SENAC, escrito em parceria com Maria Emilia Kubrusly. E retrospectiva de sua produção em design de artesanato têxtil, na Casa Brasil, Bento Gonçalves, RS.

Em 2012, oficina de artesanato para grupo de artesãs de San Pedro do Atacama, Chile, a convite da Mina Escondida. Direção de equipe, de criação e desenvolvimento de produtos na fase 2 do Projeto para o Desenvolvimento do Artesanato em São Tomé e Príncipe (projeto UÊ TELA), na África.

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