Jatobá/PE

A técnica, de origem indígena, consiste na confecção manual de tranças que, costuradas uma a uma com a própria fibra, criam peças artesanais como bolsas, esteiras e chapéus.

Tema: Trançado e Cestaria - 2001-2002

Cidade: Jatobá/PE

Duração: 1 ano

Artesãos Beneficiados: 19

Gênero: mulheres

 

Situado na microrregião de Itaparica, Jatobá é um jovem município, fundado a partir da formação da barragem de Itaparica. Aos poucos, esta cidade vai escrevendo sua história e reinventando suas tradições. Nas localidades de Camaratu e Logradouro, contudo, já é antiga a prática artesanal do trançado de palha. Várias gerações perpetuam esta arte de fazer tradicional, que se renova nas mãos hábeis dos seus artesãos. Neste pedaço do semi-árido nordestino, a rica tradição cultural pernambucana ganha força e expressividade criativa no artesanato de palha.

Em Jatobá, a vida imitou a arte, ou melhor, o artesanato. Foi entrelaçando sonhos e experiências que os artesãos dos Povoados de Camaratu e Logradouro criaram a solidária trança do cooperativismo. Durante dois anos, o grupo se reuniu diariamente para fazer da sua produção artesanal uma eficaz alternativa para a geração de renda. Através do Projeto Trançados de Jatobá, do Artesanato Solidário, os artesãos se reuniram na Cooperativa Divina Graça dos Artesãos de Trançados de Palha de Ouricuri e conseguiram inovar e tornar ainda mais bonita uma antiga técnica artesanal de origem indígena: o trançado de palha de ouricuri. Aperfeiçoaram e inovaram essa tradição sem, contudo, alterar suas características culturais. Ao mesmo tempo em que aprimoraram esta arte de fazer, exercitaram práticas sociais de organização produtiva que resultaram na formação da Cooperativa Divina Graça, cujo nome materializa não apenas a religiosidade popular do grupo, como também a enorme crença no presente e no futuro.

O trançado de palha é obtido através do entrançamento das ripas da palha seca do coqueiro do ouricuri, planta da família das palmáceas, muito comum nas chapadas nordestinas. O termo ouricuri, de origem tupi, tem várias grafias: nicuri, alicuri, uricuri, entre outros. A técnica, de origem indígena, consiste na confecção manual de tranças que, costuradas uma a uma com a própria fibra, criam peças artesanais como bolsas, esteiras e chapéus.

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