Associação Ceramistas Malhada de Areia

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As mãos que criam, criam o quê?

foto: Ricardo Castro

Em Malhada de Areia, zona rural do município de Condeúba, na Bahia, “mexer com barro” é um ofício tradicional, ensinado de mãe pra filha há muitas gerações. É um saber deixado pelos indígenas Botocudos, que habitavam a região antes da chegada dos portugueses em busca de minérios no século XVIII. E, atualmente, é a ocupação principal da maioria das mulheres de Malhada de Areia.

Preservam as formas e o modo de fazer panelas de barro, moringas, filtros, canecas e potes. Desde o barro pisado ou batido com “porretes de pau”, à queima artesanal e à coloração dada pelo barro avermelhado chamado de “toá” ou pela fumaça do forno curando a panela preta.

Do grupo, algumas pessoas utilizam adornos e pintam as peças, mas no geral são lisas, moldadas à mão em formas arredondadas, raspadas após a secagem e alisadas com uma fruta chamada mucunã. A queima ocorre em fornos artesanais e as peças ficam expostas em frente às casas, para atrair compradores.

Quem cria?

foto: Ricardo Castro

Na região rural, o barro - como costumam dizer, é a ocupação principal das mulheres, enquanto os homens trabalham na agricultura e pecuária. Até 2012, as artesãs faziam e vendiam suas peças individualmente, quando passaram a se reunir para produzir juntas e fortalecer o grupo, hoje formado por 23 mulheres e 3 homens.

Tem sede própria, com um grande forno, mas fazem a queima em seus fornos artesanais, construídos com tijolos e barro, nos seus quintais.

Onde criam?

foto: Ricardo Castro

Malhada de Areia é um distrito rural de Condeúba, na região centro-sul da Bahia. O município tem uma população estimada em 17 mil pessoas.

No povoado, a cerca de 25 quilômetros do centro de Condeúba, vivem cerca de 100 famílias e podem ser encontrados fornos de queima de cerâmica em vários formatos e artesãos trabalhando com o barro em seus quintais.

A vegetação local é típica da caatinga, com poucas chuvas durante o ano. Por isso, é uma região bastante seca, que preservou seus saberes devido ao aprendizado comunitário e às estratégias de sobrevivência, já que o barro preserva a umidade e armazena mantimentos.