
Associação dos Artesãos de Massaranduba - Artmar

As mãos que criam, criam o que?
Entrelaçar a palha da carnaúba, palmeira encontrada em algumas regiões do Brasil, é uma prática herdada, em Massaranduba, da etnia indígena Potiguara que habitava toda a costa da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão. Do trançado da palha se faz cestos, caixas, bolsas, chapéus, entre outros utensílios domésticos.
Quem cria?
Antes do trabalho realizado pela Artesol, em 2004, em parceria com o SEBRAE, as artesãs produziam bonecas e comercializavam peças de bordado e crochê. A partir de algumas atividades de formação foi possível revitalizar o saber-fazer do trançado de palha. Hoje, cerca de 15 artesãs trabalham na associação, cuja fundação foi fundamental para o processo de comercialização dos produtos. Com uma porcentagem do dinheiro das vendas, as artesãs conseguiram comprar um terreno, onde hoje se encontram para trançar juntas.
A palha da carnaúba é comprada dos municípios vizinhos de Açu e Ceará-Mirim. O Ministério do Meio Ambiente vem acompanhando a Artmar no processo de manejo da matéria-prima a fim de certificar que sua cadeia é sustentável. Considerada pelas comunidades a “árvore da vida”, a carnaúba é usada de diferentes formas, desde as suas raízes que possuem propriedades medicinais, os seus frutos que são ricos em nutrientes, a cera das flhas jovens vira cera, verniz, cosmético, entre outras coisas, e a fibra da palha é usada na produção artesanal.
Onde criam?
O povoado de Massaranduba pertence ao município de São Gonçalo do Amarante, na microrregião de Grande Natal, Rio Grande do Norte. Massaranduba possui cerca de dois mil habitantes e se encontra às margens da BR 406, ligando os municípios de Natal e Ceará-Mirim. É também a principal porta de entrada para o estado, uma vez que abriga o Aeroporto Internacional Governador Aluísio Alves, inaugurado em maio de 2014.
São Gonçalo do Amarante é o segundo município mais antigo do Rio Grande do Norte e é marcado por histórias de lutas e mortes, desde a época da invasão dos holandeses. O município, que reúne 52 distritos, conta com mais de 40 padroeiros, o que faz com que a região tenha comemorações religiosas ao longo de todo o ano. Em 1989, foi concedido pela Santa Sé a Beatificação dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu, mortos pelos holandeses em 1645, em resistência à imposição militar, cultural e religiosa protestante calvinista.
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