
Associação das Bordadeiras e Artesãos de Caeté - Bordados Historiarte
As mãos que criam, criam o quê?
Os prédios históricos, monumentos, causos e tradições da cidade de Caeté foram redescobertos e recontados através das linhas e cores das bordadeiras. Os registros são feitos com a técnica conhecida como bordado livre, que conserva pontos tradicionais do bordado reorganizando os espaços e propondo novos estilos de desenho. Muito difundida em todo o país, a técnica vem ganhando espaço e se tornou, além de fonte de renda, uma linguagem possível.
Além do bordado livre também exploram a técnica da bainha aberta, técnica que desfia parte do tecido e reformula a trama com agulha e linha formando padrões.
Quem cria?
Foi no ano de 2017, após o curso oferecido pelo Museu Regional de Caeté, que o grupo de 12 mulheres viu no bordado uma possibilidade de transformarem o cenário cotidiano. O curso "Bordando o Imaginário" repercutiu fundo em cada uma delas, e cada qual a sua maneira procurou desenhar - e bordar - um novo lugar possível. Na união e fortalecimento do grupo, buscam a promoção social, melhora da qualidade de vida das bordadeiras, incentivam a criação de produtos de qualidade para com a venda gerarem renda e maior autonomia.
Através da temática cultural e história explorada em suas obras, retratam tradições locais, resguardando patrimônio histórico, material e imaterial da cidade.
Onde criam?
A história da cidade de Caeté, região metropolitana da capital Belo Horizonte, iniciou com o ciclo do ouro, no início do século XVII. A descoberta por tropeiros paulistas das primeiras jazidas data de 1702 e em 1704 o município já estava bastante povoado, tendo recebido muitos interessados em explorar suas reservas auríferas, vindos de outros estados brasileiros, especialmente São Paulo e Bahia, e de Portugal.
O Museu Regional de Caeté conserva parte dos mais de três séculos da cidade, dando ênfase na história da cultura popular. Com um acervo que valoriza os saberes, fazeres e tradições, propõe preservar a memória de seu povo. O acervo formado por obras de arte sacra, objetos utilitários, instrumentos musicais e religiosos conta a história de seus povos formadores. Além disso, a instituição promove atividades educativas e culturais de resgate das tradições, como o bordado de bainha aberta. E foi justamente em uma dessas atividades que o grupo Historiarte se formou, despertando o interesse das mulheres pela arte e cultura local.
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