Salvador/BA

Descrição completa

Com influências africana, árabe e europeia, o traje de baiana tem na cidade de Salvador, assim como em toda a área do recôncavo baiano, sua mais forte representação, sendo usado por cerca de 4 mil “baianas de tabuleiro” que vendem comidas, como o acarajé. É nos candomblés que o traje ganha sentido cerimonial, e sua elaboração costuma manter aspectos tradicionais, de acordo com a origem (nação) dos terreiros.

Trata-se de uma rica e complexa montagem de elementos: anáguas, com rendas de entremeios e de ponta; saia, geralmente com cinco metros de roda, em tecidos diversos e com barra enfeitada por fitas, rendas e outros detalhes; camizu, normalmente rebordado na altura do busto; bata em tecido mais fino; calça; pano-da-costa; ojá (pano de cabeça), de diferentes formatos, texturas e modos de usar; e joalheria que compreende anéis, brincos, pulseiras de búzios, de contas, corais, marfim, prato, ouro, cobre latão, ferro, colares tipo trancilim, de argolas encadeadas, e fios-de-contas ou ilequês, com as cores simbólicas dos orixás pessoais, da família ou nação e terreiro. Compõem o traje, ainda, os chinelos de ponta de couro branco, couro lavrado, o chamado changrim.

No âmbito do projeto de apoio à comunidade, oficinas de repasse do saber garantem a socialização de conhecimentos e habilitam mão-de-obra qualificada para manter os elementos visuais e o conjunto que fazem a roupa de baiana. A iniciativa valoriza as tecnologias tradicionais envolvidas na confecção do traje, em que se destaca o bordado richelieu, como forma de assegurar a revitalização desse patrimônio cultural, abrindo novos mercados e gerando renda para os artesãos.

Esse tipo de roupa está integrado no universo cultural e socioeconômico do brasileiro e é marca da forte descendência africana da população de Salvador/BA.