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FICE 2019: Amazônia, uma floresta de oportunidades

Neste último mês de novembro, a Artesol participou do Festival de Inovação e Cultura Empreendedora (FICE) 2019, realizado pelas publicações Valor Econômico, Pequenas Empresas Grandes Negócios e Època Negócios e apresentou um Painel dedicado à Amazônia e às oportunidades de desenvolvimento sustentável que a maior floresta tropical do mundo oferece. Por: Camila Fróis


O Festival da Inovação e da Cultura Empreendedora aconteceu no dia 23 de novembro, no CO.W Berrini, em São Paulo, e apresentou uma programação focada em tendências de negócios, estratégias de inovação, novos modelos de produção e consumo e tecnologia. Nesse contexto, a presidente da Artesol, Sonia Quintella, falou sobre o projeto da Rede Artesol, que capacita núcleos de artesãos em mais de duzentas comunidades em todo o país e promove a conexão entre eles e o público – sejam consumidores, lojas, marcas, designers ou pesquisadores, fomentando negócios sociais. Em sua apresentação, Sonia destacou o trabalho com os grupos que vivem em meio à Floresta Amazônica, atuando com manejo sustentável das matérias-primas e inovando na criação de produtos que aliam ancestralidade e design e geram renda para os moradores da região. “Em 2019, entramos no segundo ano desse projeto com o patrocínio da Vale e apoio das Pernambucanas, que estão nos permitindo ampliar o impacto da nossa iniciativa e chegar cada vez mais longe. Hoje, conseguimos capacitar comunidades que vivem isoladas, distantes do mercado consumidor, mas que têm um enorme potencial criativo que pode ser convertido em renda digna e preservação da sua cultura e do seu território”, afirma a presidente. Para falar desse potencial, a Artesol convidou grupos apoiados pela Rede para contarem suas experiências.

Um dos palestrantes do painel, o indígena Kokoró Kayapó falou que a vontade de dos povos da sua etnia é trabalhar com o artesanato e com o extrativismo, fortalecendo a luta do seu povo contra a pressão de madeireiros e garimpeiros em Novo Progresso, no Pará, onde eles vivem. O município ficou conhecido na imprensa recentemente pelo “Dia do Fogo”, promovido por fazendeiros da região. Com objetivo de valorizar a arte do povo Kayapó Mekrãgnoti, o Instituto Kabu atua com projetos de desenvolvimento comunitário, articulação e comercialização de propdutos de aldeias da etnia. Recentemente, o instituto e a marca de calçados Perky fecharam parceria em torno da criação de uma coleção exclusiva de alpargatas e outros acessórios composta por peças únicas. Cada peça foi pintada à mão por uma artesã indígena Kayapó e leva o selo Origens Brasil, que ajuda a identificar os produtos que valorizam e respeitam os territórios de diversidade socioambiental. Os produtos comercializados têm sua venda destinada diretamente aos artesãos e à manutenção de um fundo comunitário do projeto. A parceria ajuda a proteger uma área de seis milhões de hectares de Floresta Amazônica, pois incentiva o trabalho manual e artístico local como uma fonte de renda representativa em detrimento de atividades ilegais e predatórias que avançam na região.

Outro convidado para falar no painel foi o pesquisador Francisco Samonek, do Poloprobio, que teve um grande êxito ao aliar o conhecimento tradicional de etnias indígenas amazônicas com experimentações tecnológicas que resultaram na criação do material conhecido como encauchado, que é produzido a partir do látex. Também chamado de couro vegetal, o material elaborado com uma técnica totalmente sustentável e artesanal hoje é empregado na produção de calçados com certificação orgânica e de peças de artesanato que já foram expostas em eventos internacionais como a Design Week de Milão.

 

Confira no link matéria publicada no portal da Época Negócios sobre o painel. 

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