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Coqueiro Campo é uma localidade do município de Minas Novas, integrante do Vale do Jequitinhonha, a nordeste de Minas Gerais, mas Buriti, comunidade rural da qual faz parte, é município de Turmalina. Nessa região de limites incertos, habita um grupo de ceramistas, em sua maioria vindas do bairro vizinho de Campo Alegre (Turmalina), onde aprenderam o ofício com suas mães, tias e avós. Assim como as técnicas empregadas na produção dos objetos de cerâmica são as mesmas usadas por seus antepassados, o barreiro no qual se abastecem de matéria-prima é o mesmo que serve à comunidade vizinha.
Cavar o barro e transportá-lo até um local de depósito; deixá-lo ao sol para secar e, depois, estocá-lo; pegá-lo novamente em porções menores, socar e peneirar; ao fino pó misturar de volta os grãos, agora amolecidos em água e que não passaram pelos crivos da peneira; amassar bem, formando uma pasta uniforme para, só então, dar início à modelagem da peça. Fazê-la bem, por etapas, para que a pressa não ponha a perder todo o trabalho. Com calma, paciência, ritmo. Interno e externo. No peito e nas mãos.
Campo Alegre, no município de Turmalina, integrante do Vale do Jequitinhonha, no nordeste de Minas Gerais, é uma localidade onde grande número de mulheres produz uma cerâmica de feições extremamente particulares, que expressa muito de sua sensibilidade e herança cultural. Na época de suas mães e avós, os objetos confeccionados eram aqueles necessários à lida diária, como potes e moringas para armazenar água, panelas, pratos e tigelas para preparar e guardar os alimentos. Com a incorporação de utensílios industrializados e a abertura de mercados fora do âmbito regional, a utilidade passou para segundo plano, vindo à tona o seu valor decorativo, as suas características estéticas e culturais.